BIOGRAFIA DO DR. PINHEIRO, TRÊS PREFEITO DO MUNICÍPIO DE APODI, ESTADO DO RIO GRANDE DONORTE
A INFÂNCIA
AS DIFICULDADES NA FAZENDA SERRA
BRANCA
Com uma infância marcada por muitas
dificuldades e sofrimento na fazenda serra branca, localizada no município de
Santa Cruz-RN, onde nasceu em 13 de dezembro de 1935, filho de SEVERINO BEZERRA CAVALCANTI (06/02/1907 –
26/02/1968), filho de Manoel Severino Cavalcanti e Benedita Leopoldina Bezerra
de Menezes; e de Auta Pinheiro Bezerra
(13/01/1914 – 01/11/2004), filha de João Batista Borges e Joana Pereira da
Rocha. Iniciou muito sedo sua trajetória
de trabalho pesado na agricultura para
manter o seu próprio sustento ao lado dos seus familiares.
A falta de condições financeiras da
família Bezerra obrigava José Pinheiro e os seus irmãos a acordar às 4 horas
para trabalhar na roça junto com seu pai Severino Bezerra. Ao meio-dia-dia,
eles retornavam para casa para o almoço preparado com muito carinho por dona
Alta Pinheiro e voltavam às 13 horas, ficando no roçado até às 18horas
trabalhando em variados serviços, como a preparação de terras para o plantio,
colheita e até arrancando toco.
Mesmo com toda essa jornada de
trabalho, aos 12 anos José Pinheiro conseguiu concluir o primário em uma escola
isolada na fazenda Serra Branca e depois foi estudar em Santa Cruz, onde
iniciou a 3ª série e estudou até a 5ª série. Mas, devido às dificuldades
financeiras dos seus familiares, que não tinham condições de manter seus
estudos em Natal, onde tinha um estudo mais avançado, José Pinheiro, em 1950,
foi obrigado a voltar para o trabalho na fazenda, onde passou três anos sem
estudar.
Com o passar dos anos, as coisas
foram melhorando na fazenda Serra Branca, e um certo dia o agricultor Severino
Bezerra, que no passado não tinha condições financeiras para manter os quatro
filhos estudando em Natal, reuniu-os e perguntou quem estava disposto a voltar
a estudar.
O jovem José Pinheiro, que sempre
gostou de estudar, foi objetivo e respondeu que queria voltar a Natal para
estudar e o seu pai lhe internou no Colégio 7 de Setembro e no Marista, onde
concluiu seus estudos e partiu para o
vestibular. As dificuldades eram tão grandes que Pinheiro já dizia que nunca
mais teria o gosto de voltar a estudar.
Apesar de bastante estudioso, José
Pinheiro ainda não tinha parado para escolher um curso para o qual prestaria
vestibular. Mas no apartamento onde morava, viviam dois jovens que faziam
Medicina e que todos os dias comentavam muitos sobre a faculdade. No início, o
assunto irritava Pinheiro, mas ele foi se apaixonando e resolveu prestar
vestibular para Medicina. Estudou um ano em cursinho e foi aprovado em primeiro
lugar no vestibular para Medicina da UFRN-Universidade Federal do Rio Grande do
Norte e em 1966 estava se formando como clínico geral.
DE AGRICULTOR A MÉDICO
AS DIFICULDADES DA FAMÍLIA BEZERRA
NÃO IMPEDIRAM QUE JOSÉ PINHEIRO VIESSE A SER MÉDICO.
Logo quando se formou em 1966, José
Pinheiro foi convidado para ser preceptor, professor que levava os alunos do 6º
ano para o programa Crutac, que era um Projeto da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN), em Santa Cruz, que tinha como objetivo ensinar medicina
no interior do Estado. Mas o convite não foi aceito, e José Pinheiro começou a
trabalhar no seu primeiro emprego como médico na Maternidade Januário Cicco
(12/10/1950) em Natal, onde trabalhou durante um ano.
Na Maternidade Januário Cicco, o
jovem médico conheceu um colega médico do município de Patu, que convidou para trabalhar em um hospital da APAMI que
estava sendo inaugurado na cidade. Ele aceitou o convite de imediato. Mas,
devido na época a região ser muito violenta, passou em Patu apenas seis meses.
Com o surgimento de uma vaga em um
centro de saúde em Assu, comandado pelo SESP, José Pinheiro foi contratado e
passou dois anos trabalhando no mesmo. Em dezembro de 1969, foi convidado pelo
saudoso Jerônimo Dix-huit Rosado Maia (21/05/1912 – 23/10/1996) para trabalhar
em Apodi na Maternidade Claudina Pinto.
Chegando na Maternidade, José
Pinheiro encontrou um ambiente sem estrutura e sem as mínimas condições de
trabalho. Na época, a cidade estava com 10 anos sem médico residente no
município, com isso a população enfrentava muita dificuldade para ser atendida.
Voltando para Mossoró, contou o
problema da falta de estrutura da maternidade para Dix-huit Rosado, que, com a
promessa de que em um ano o substituiria por outro médico, convenceu-o a ficar
em Apodi. Passado um ano, Dix-huit Rosado Mandou buscar José Pinheiro e
perguntou se ele estava satisfeito coou se queria ir embora, Pinheiro respondeu
que se ele tivesse um lugar para ele trabalhar em Mossoró gostaria de sair de
Apodi. Dix-huit então pediu que ele continuasse mais um no município e José
Pinheiro concordou. Depois desses dois Anos, Dix-huit, mais uma vez, perguntou
a José Pinheiro se ele ficava ou não em Apodi, José Pinheiro respondeu de
imediato “de Apodi agora só saio morto”. Atualmente seu slogan e: DAQUI
NÃO SAU, DAQUI NINGUÉM ME TIRA”.
Ao tomar gosto pela cidade e pelo
povo apodiense, José Pinheiro foi organizando a Maternidade Claudina Pinto e
hoje ela é considerada uma das mais importantes e equipadas do interior do
Estado do Rio Grande do Norte.
UM HOMEM DE FAMÍLIA
JOSÉ
PINHEIRO CONHECEU MARIA DE LOURDES DURANTE O CURSO NA UFRN COM SE CASOU
E CONSTITUIU SUA FAMÍLIA.
A médica Maria de Lourdes da
Silveira, natural de Natal, nascida em
1º de fevereiro de 1942, filha de Severino Edisio da Silveira e de
Catarina da Silveira, surgiu na vida de José Pinheiro na faculdade de medicina
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, namoraram um ano e se casaram
logo ao concluírem o curso de medicina.
Do casamento de José Pinheiro com
Maria de Lourdes, nasceram duas filhas: LILIAM DA SILVEIRA BEZERRA, a
primogênita, com duas formaturas: bacharela em Direito pela UFRN e em
Odontologia e LUCIANA DA SILVEIRA BEZERRA, natural de Natal, nascida em 12 de
outubro de 1971, formada em Direito pela Universidade Potiguar. Casou-se em
primeiras núpcias com o Dr. Guilherme do
Monte Pinto, natural de Apodi, filho de Newton Pinto e de Nair do Monte Pinto. Em segundas núpcias com o natalense, o advogado Kelp de Oliveira
Lima, filho de Juraci Antunes de Lima e Rosa Núbia de Oliveira. Considerado um
pai muito dedicado aos filhos, José Pinheiro acompanhou o crescimento das
filhas até os 10 anos de idade dando total atenção. De acordo com as revelações
das próprias filhas e de sua esposa Maria de Lourdes, Pinheiro chegou a atuar
como babá, trocando fraldas, dando a mamadeira e botando as meninas para dormir
todas as noites.
O SURGIMENTO DA POLÍTICA
DEPOIS DE CINCO ANOS RESIDINDO E
TRABALHANDO EM APODI, JOSÉ PINHEIRO FOI CONVIDADO PELO ENTÃO GOVERNADOR
TARCÍSIO MAIA PARA ENTRAR NA POLÍTICA.
Sem ter o mínimo interesse de ocupar
qualquer cargo político, José Pinheiro, depois de cinco anos residindo em
Apodi, foi convidado pelo saudoso governador Tarcísio de Vasconcelos Maia (26/08/1919
– 10/04/1998) para ser candidato a prefeito do município.
Na época, Pinheiro era muito ligado
à família “Freire”, que era liderada por Francisco Paulo Freire, “CHICO PAULO”(18/01/1927), com quem
José Pinheiro tinha um forte laço de amizade. Certo dia, Chico Paulo chegou
para Pinheiro e disse que o governador Tarcísio Maia estava querendo falar com
ele. Pinheiro, espantado, perguntou o que o governador, que ele nem sequer o
conhecia, queria lhe dizer.
O encontro aconteceu durante uma
reunião das lideranças políticas de Apodi que faziam parte do bloco de Chico
Paulo e na época davam sustentação política ao Governo do Estado. Ao chegar na
reunião, José Pinheiro, completamente alheio ao assunto, pois nada sabia sobre
política, logo foi recebido por Chico Paulo, pelo governador Tarcísio Maia e
por outras lideranças políticas.
O então governador iniciou logo
dizendo: “Oi colega, tudo bem? Eu estou precisando de um candidato a prefeito
para Apodi e Chico Paulo me apresentou o seu nome como um dos melhores para ser
o nosso candidato em Apodi”. Pinheiro ficou gelado, mas teve força para
responder de imediato. “Mas governador eu não entendo nada desse negócio de
política e isso não da certo de jeito nenhum”, disse o médico.
Chico Paulo vai lhe ajudar por lá e
eu conheço o seu trabalho. O povo gosta muito de você”, rebateu Tarcísio Maia.
“Se você não for meu candidato, não lhe ajudo mais na maternidade”, ameaçou o
governador. Diante disso, José Pinheiro aceitou o desafio, juntamente com seu
companheiro de chapa, na pessoa de
Geraldo de Freitas Rego, mas perdeu a campanha, cuja eleição ocorreu em
15 de novembro de 1976, para Valdemiro Pedro Viana (17/5/1925 – 26/05/2001) com
uma maioria de 757 votos, ou seja, Valdemiro Viana, candidato da ARENA 1 obteve
4.046 votos, enquanto, Dr. Pinheiro, candidato da ARENA 2, obteve 3.289 sufrágios.
O médico tomou gosto pela política
e nas eleições de 15 de novembro de 1988
disputou novamente a Prefeitura de Apodi, como candidato do PMDB, juntamente
com o seu vice, na pessoa de Valdemiro Pedro Viana (PTB), enfrentando Simão
Nogueira Neto (PL) e a professora Maria Zuleide Marinho (PDT), quando foi
derrotado pela segunda vez, dessa vez com uma maioria de 523 votos, menos 234
do pleito eleitoral de 1976.
DO
PRIMEIRO AO TERCEIRO MANDATO
DEPOIS DE DUAS DERROTAS, FINALMENTE
VEIO À PRIMEIRA VITÓRIA EM 1992, VENCENDO UM EX-PREFEITO, DR. IVO FREIRE, FILHO
DO SEU EX-ALIADO, CHICO PAULO. EM SEGUIDA VIERAM A SEGUNDA E A TERCEIRA.
Em 15 de novembro de 1992, pela
terceira vez, Dr. José Pinheiro concorreu à Prefeitura, juntamente com seu
companheiro de chapa, na pessoa de Evandro Marinho de Paiva, ambos enfrentaram
Ivo Freire de Araújo e Francisco Júlio Marinho e ganharam a eleição com uma
maioria histórica, jamais vista em Apodi, com 2.444 votos. Em 3 de outubro de
1996, Dr. Pinheiro faz seu sucessor, na pessoa de seu vice-prefeito Evandro
Marinho, que enfrentou seus opositores: Fabio Soares Lins e a médica Maria
Solange Noronha, com uma maioria de 2.127 votos.
Em 1º de outubro de 2000, Dr. José
Pinheiro, juntamente com seu companheiro de chapa, Tibúrcio Marinho, e sem a presença em seu bloco político, do
vice-prefeito Evandro Marinho, que passara para a oposição, disputando a
vice-prefeitura, Dr. Pinheiro disputou
mais uma vez o comando municipal apodiense e derrotou Simão Nogueira Neto, com
apenas 99 votos de maioria.
Em 3 de outubro de 2004, José
Pinheiro se tornou a primeira pessoa a ser reeleito prefeito do município de
Apodi, disputou à reeleição com dois ex-prefeitos: Evandro Marinho de Paiva e
Simão Nogueira Neto, vencendo com uma maioria de 997 votos, ou seja: Dr. José Pinheiro com 10.825 votos e Evandro
Marinho com 9.828 votos. O vice de José Pinheiro em seu terceiro mandato é
Maria Gorete da Silveira Pinto
Santa-cruzense de nascimento e
apodiense de coração.
Apesar de não ter nascido em solo
apodiense, José Pinheiro se considera filho da terra. “Moro aqui há quase
quatro décadas e já sou filho de Apodi”. O principal sonho de José Pinheiro é
não deixar Apodi regredir politicamente.
PRESIDENTE DA AMOS
Em 12 de abril de 2003(sábado), Dr. José
Pinheiro tomou posse como presidente da AMOS-Associação dos Municípios da
Região de Mossoró e Médio Oeste Potiguar, cujo vice-presidente foi JOSÉ BRUNO FILHO (11/07/1958), prefeito
do município de Areia Branca. Ele foi eleito de forma consensual para a
presidência da Amos, durante o pleito ocorrido no dia 30 de março de 2003. Na
oportunidade, três prefeitos postulavam a presidência da entidade, mas os
associados chegaram a um consenso pelo nome do prefeito de Apodi. José Pinheiro
recebeu o comando da entidade por intermédio do prefeito Hulgo Costa, que havia
presidido a Amos por duas vezes.
A solenidade de posse com a presença de 14
prefeitos filiados à entidade, além de parlamentares representando a Assembleia
Legislativa do Estado, vereadores e secretários municipais de Apodi e região do
Médio Oeste, assim como representantes de vários seguimentos da sociedade local
que prestigiaram o evento ocorrido pela manga na ACDA-Associação Cultural e
Desportiva Apodiense.
TERCEIRO MANDATO
José Pinheiro atualmente encontra-se
exercendo seu terceiro mandato de prefeito do Apodi, tendo tido o primeiro a
conquistar através do voto direto e secreto três mandatos de prefeito, além
de ter sido também o primeiro prefeito
apodiense a ser reeleito.
DR. JOSÉ DERROTA NA JUSTIÇA SEUS
EX-ALIADOS E INIMIGOS POLÍTICOS
No dia
8 de janeiro de 2008 o Dr. Luiz Felipe Lück Marroquim, Juiz Eleitoral da
35ª Zona Eleitoral da Comarca de Apodi, extinguiu o processo de ação de impugnação
de mandato eletivo em desfavor do prefeito José Pinheiro Bezerra e da vice
Maria Gorete Silveira Pinto, alegando irregularidade, no caso das passagens
distribuídas durante a eleição de 2004.
PARECE MENTIRA, MAS É VERDADE, DR.
PINHEIRO DEIXA DE SER BACURAU
Em
política tudo pode o que parecia difícil de acontecer, aconteceu, Dr. José
Pinheiro deixa seus aliados bacuraus e se junta aos seus opositores, deixando
de ser bacurau e apelido de BICURAU, uma mistura de Bicudo e Bacurau, porém,
mas bicudo do bacurau, tendo em vista a maioria dos bacuraus, principalmente,
aqueles mais velhos optaram por Gorete Pinto, enquanto, a maioria dos bicudos,
especialmente, aqueles menos radicais hoje já são capazes de carregar o velho
adversário nas costas.
Dr. Pinheiro deixa de ser bacurau para ser
bicudo, no mês de setembro de 2007 desligou oficialmente do PMDB e filiou-se ao
PP do deputado federal João Maia, cuja agremiação é de sustentação a base da
Governadora Vilma de Faria.
ÚLTIMO CARNAVAL DO DR. PINHEIRO
No
período de 1º a 5 de fevereiro Dr. Pinheiro realizou seu último carnaval como
prefeito denominado de “PINHEIRÃO”, com um custo de 750 mil reais. Foram 12
carnavais realizados pelo prefeito José Pinheiro
SUCESSÃO 2008
Em março de 2008 Dr. José Pinheiro
apresenta aos eleitores apodienses seu sucessor, tratava-se de seu secretário
municipal, Célio Martins, porém. O mesmo não decolou nas pesquisas e no dia 19
de junho de 2008 o prefeito através de uma entrevista concedida aos repórteres
Jairo César e Fernando Magalhães no Programa Panorama Político da Rádio Vale do
Apodi declarou apoio a Dra. Solange de Noronha
ÚLTIMA ELEIÇÃO DO DR. JOSÉ PINHEIRO
Nas
eleições municipais de 2 de outubro de 2016 o ex-prefeito de Apodi com três
mandatos de prefeito sofreu uma grande derrota. Foi o quarto colocado,
conquistando apenas 306 votos. Seu vice foi o ex-vereador Eliésio de Bom.
RESIDÊNCIA
EM MARTINS
Decepcionado
com os apodienses foi residir na cidade de Martins, aonde passou a criar
animais. Residiu em Martins por dois anos. Atualmente reside em Natal